
domingo, 30 de novembro de 2008
Conversando com os anjos

terça-feira, 25 de novembro de 2008
Em um querido lugar

Uma hora e meia de viagem até os confins de uma das maiores cidades do mundo. Enfrentando a poluição, o tráfego e o interminável caos por um encontro que nem mesmo era meu. Buracos infinitos e uma mediocridade visual que não via há tempos. Um ritual que não estava em meus planos, mas que fui obrigado a fazer por lealdade e compreensão diante daqueles que sempre me quiseram bem.
Um mausoléu no meio do nada que abrigava as mais frágeis e inconsoláveis almas. De rostos machucados pelo tempo e com os corpos exaustos por tanta luta e dor. Em uma fila fatídica, não cessavam de chegar. Apesar do medo e da angústia, abrigavam uma fé que, para nós leigos, era incompreensível.
De um lado a dor, o sofrimento e a fé em busca de uma nova vida, de um sonho e de uma chave que lhes abrisse as portas para a estrada da felicidade. Do outro, um homem tentando lhes ensinar o verdadeiro caminho em troca de alguns sacrifícios impossíveis e demasiado injustos para pessoas naquela miserável situação.
Em meio a tudo aquilo, não soube em qual lado me apoiar e simplesmente me perdi em uma leva de pensamentos solitários que me guiaram a imagem de uma só pessoa em um querido lugar no lado esquerdo do peito.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Ao som da estrada

domingo, 16 de novembro de 2008
Se vem ou se vai

Ninguém nesse mundo quer estar sozinho, mas hoje em dia não é fácil encontrarmos o companheiro ideal. Não estou dizendo que seja difícil encontrar alguém, mas aqueles que valem realmente a pena de se estar ao lado demoram muito a transparecer a nossa volta. Buscamos tanto a perfeição alheia, que nos esquecemos de observar o que realmente importa.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Dúvidas

domingo, 9 de novembro de 2008
Sai pela porta e entrei pela janela

Tinha avistado um número que não lembrava mais que existia. Era de uma garota que gostava de mim, não lembrava muita coisa com exceção de seu apelido, mogli. Naquele momento me lembrei que ainda tinha pessoas com menos sorte que eu. Uma vez dito que quem nasce para burro nunca chega a cavalo. E passam a vida inteira tentando provar que isso não interfere em nada. Poucos conseguem. O gato come o pássaro por conveniência, e não porque precisa para sobreviver. Igual os gatos as pessoas tem que demarcar território.
E assim segue a cadeia do forte para o mais fraco. Acho que demorei, mas havia tomado a lição corretamente com respeito á todos. Mas ainda havia muitas pessoas que não enxergam. Estão ocupados demais assistindo televisão. Depois de ter apreciado minha bebida, ter tido uma pequena revolta com meu mundo decidi que era hora de voltar para casa e sociabilizar com alguém. Voltando então me preparei para cuspir no chão, assim como todo bom homem, mas executei a tarefa muito mal. Droga, tinha caído bem no meu peito. Tinha esquecido por um momento que minha sorte já tinha sido válida no cigarro.
Lágrimas do tempo

Aquele pequeno garoto se transformou em homem. Como uma muralha, não mais sentiu a chuva de ásperas palavras e o suspiro amargo de cada manhã. As nuvens negras e o crepúsculo eterno se tornaram companheiros inseparáveis e a neblina que se erguia no final do gelado entardecer se tornou, durante muitos anos, sua única e verdadeira amiga.
O homem maduro, por mais que tentasse, não pode conter o tempo e contra sua vontade, transformou-se em velho. Sua força e coragem esvaíram-se e, até mesmo, a saúde o havia abandonado. Sem ter por onde fugir e como lutar, pela última vez em sua eterna solidão, teve a chance de olhar fundo nas entranhas de sua orgulhosa alma. Quando a última lágrima escorreu por seu envelhecido rosto, deu-se conta de que nunca havia deixado de ser uma inocente criança.
sábado, 8 de novembro de 2008
Andei conversando...
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Andei conversando um pouco com a senhora solidão. Tinha ela me dito que éramos bons companheiros. Ri da sua cara. Faltava um pouco de mim naquela hora. Talvez aquela iniciativa tivesse trazido frutos agora. O vento batia e eu ainda permanecia imune, imóvel. Tinha trocado comida por bebida. Meu corpo andava suspeitando que a mente planejasse algo contra ele. Era muito mais que se imaginava.
Uma coisa interna, que chegava a ser agressiva, incontrolável. Estava sentindo um gosto amargo no meio do doce. Então arrisquei ler algo no jornal, por ironia abri no horóscopo. Detestava o horóscopo. Dizia algumas coisas sobre planetas e seus satélites naturais. Algo sobre um tal de clima astral. Eu entendo de horóscopo com entendo do índice Dow Jones.
Dizia coisas agradáveis que, por um momento, me fazia chegar a acreditar. A coisa toda embaralhava sua mente como cartas de baralho. No amor dizia instabilidade, rupturas, percepções, romance, estranhamentos. Dobrei o jornal e recorri para alguma música. Onde nós paramos mesmo, senhora solidão?