segunda-feira, 31 de agosto de 2009
O despertar de um sonho
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Caixa de entrada

Ainda escrevia procurando uma razão qualquer onde eu conseguisse me expressar com clareza. Algumas pessoas andavam me cobrando isso, mesmo que indiretamente. Realmente estava abusando do silêncio em ocasiões fora do necessário. Seria uma boa ocasião aquele certo desabafo com alguém. Uma hora todos precisaram. Quem costumava falar demais com as paredes havia se cansado de nunca obter respostas delas. Era a hora necessária para ganhar a estrada.
Mas antes mesmo de dizer um até logo fui conferir a caixa de e-mail buscando alguma notícia interessante. Minha caixa de e-mails continha correntes, vagas de empregos com absolutamente nada parecido com meu perfil, anúncios imprestáveis e avisos urgentes sobre algum acontecimento. Tirando toda essa porcaria generalizada havia um e-mail que nunca tinha chamado minha atenção, mas claro que dessa vez havia despertado um interesse fora do comum. Era uma colega dos tempos de faculdade que fazia algum tempo que não tinha notícias. Na faculdade mal conversávamos, ela apenas possuía o meu e-mail para tal eventualidade dentro da sala. Mesmo assim achava ela uma boa pessoa e não tinha nada contra.
O e-mail em si dizia logo no começo que ela não queria ser inconveniente nem nada, que apenas queria expressar tal felicidade. Agradecendo a atenção que foi dada pelos amigos e conhecido em geral. Que ficou surpresa com as respostas de gente que ela não tinha contato há certo tempo. Fez todo um discurso dizendo sobre a importância das pessoas demonstrarem o carinho com o próximo e tudo mais. E acabou com a seguinte frase: “É inegável a importância de um gesto de carinho e afeto....”
Mesmo sabendo que o e-mail não foi encaminhado somente para mim e sim para mais outras setenta e poucas pessoas, resolvi, estimulado pelo seu singelo sentimento, mandar-lhe uma resposta. Disse a verdade. Que nunca lia o que ela mandava, não só para mim como para as outras setenta e poucas pessoas, mas que dessa vez não tinha passado em branco. Deixei bem claro minha intenção, que foi somente me expressar depois de ficar surpreso com um e-mail tão gentil. Assim mandei-lhe. De vez em quando a gente fica meio fraco, meio estranho.
Acabei adiando alguns dias minha ida. No decorrer desses dias não obtive nenhum retorno. Talvez ela não tenha visto. Acho que ela não teve tempo. Ou até mesmo ela tenha feito o mesmo que eu sempre fazia, simplesmente apagou. Não sabia, mas era fato que eu esperava uma resposta.
Peguei minha mala, fechei o zíper e bati a poeira sobre ela. Antes mesmo de sair ainda fiquei curioso e fui dar uma olhada rápida. Mensagem do banco, anúncios fúteis e um de cobrança, mas nada dela. Sorri e coloquei meus pés para fora de casa. Desta vez andava um pouco mais satisfeito comigo sabendo que a esperança ainda corria solta por aí.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Keep Walking

Eu levanto e durmo com medo de virar uma simples estatística em meio a tantos imbecis. Desde aquele que acha que muda o mundo dando esmolas, até aquele que acaba de desmamar em plena faculdade e acha que entende de política, gritando e discutindo com um copo de cerveja na mão a situação de nosso país. Para esse tipo de indivíduo dê-lhe os ouvidos da razão e o desprezo do silêncio.
Lá estava na minha mesa dezenas de papéis rabiscados cuja inspiração era sempre voltada para noites frias, solitárias e silenciosas. Eu me encontrava novamente em uma noite de inspiração, não sei nem mesmo dizer se é por escolha própria ou não. Conferindo alguns trechos que escrevi em diversos papéis, tentei bolar um parágrafo que fugisse do convencional, do julgamento fora de controle.
Quando a fase não é boa praticamente não existe espaço para belos pensamentos. E fugir do convencional poderia ser tornar mais perigoso do que se pode imaginar. Não quis arriscar escrever algo sem sentimento algum.
Peguei então o livro e li rapidamente em duas noites. Havia comprado o livro certo na hora errada. Isso me custou uma semana de insônia.