quarta-feira, 30 de junho de 2010

Zoológico de plástico

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Na minha mente. Seria apenas impressão? O vento costuma soprar seu nome pelo caminho enquanto corremos pela estrada. Plastic Zoo toca no último volume. A vida ainda vale a pena.

Assistindo o sol queimar nossa pele, não é impossível perceber que não precisamos de nada mais. Não sabemos o que vai acontecer com minha vida. Vejo apenas quatro amigos rindo, amando e se divertindo. Um aroma suave de álcool, drogas e rock and roll ainda paira no ar. Eu não sei o que é real. Não sei o que é o amor.

Não é nada fácil tentar entender porque você está tão linda. Gostaria apenas de estar ao seu lado. Você se lembraria se eu te levasse para casa na primeira vez que tive a chance de vê-la? Você estava sozinha no bar, eu não poderia deixa - lá ir. Apenas um toque antes que minha noção, meu discernimento e todas as minhas vagas idéias se despeçam.

O que você é? O que você usa? Existe uma mínima possibilidade de escolha? Não preciso ler, não preciso saber. Ainda temos muito aqui dentro para aproveitar. Um acorde, uma letra e mais uma canção!

domingo, 27 de junho de 2010

Meus anjos e demônios


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Não há mal nenhum em dizer 
Eu te amo
Tudo bem, eu sei, não posso mais mentir
Nunca houve nenhum engano

Quero tocar e ver
Enquanto você conversa com os anjos
Quero lembrar e ter
O seu amor de novo

Há quanto tempo não vemos um pôr do sol tão lindo como este?
Há quantos dias não conversamos com sinceridade?
Há quantos meses não tocamos nossos corpos?
Há quantos anos não nos vemos de verdade?

Um sorriso, um carinho, um abraço
Uma chance, uma vida, um afago
Foi um ótimo dia para recordar
Todos os dias perdidos

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Escrevendo sem pensar

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O frio intenso parece rasgar sua alma a cada furiosa rajada. A cada sopro, uma nova agonia e a cada agonia, mais um pedido sincero de redenção. O sacrifício pelo perdão e o remorso contínuo só podem ser explicados por aqueles que possuem o passado marcado por vexames emocionais, oportunidades perdidas e objetivos impossíveis que, infelizmente, jamais serão realizados.

Muitos podem tentar viver pelos outros tudo o que desejariam para si mesmos. Optar e escolher seguir o seu próprio caminho nos leva a uma estrada árdua que poucos possuem coragem para trilhar. Essa década provavelmente foi a mais inútil, culturalmente falando. Nenhuma explosão, nenhum hit sincero, nenhuma criação que será lembrada daqui a quarenta e poucos anos. Certamente nossa geração desistiu de lutar, por isso sempre surgem falsos poetas – como eu ­– buscando alguma forma de reinventar o mundo sem perceber que estão apenas repetindo o que muitos já fizeram milhões de vezes antes.

Tudo é muito fácil, simples e rápido. Tudo o que buscamos está sempre a um palmo de distância. Nunca foi tão fácil conseguir informação. Talvez ser burro seja um privilégio hoje em dia. Férias, Copa do Mundo, trabalho! Sempre a mesma desculpa para que passe mais um dia e nada aconteça. A vida é monótona e previsível quando a infância e a adolescência ficam para trás. Seguir o fluxo é muito mais simples. A depressão, certamente, será uma das catástrofes do século XXI.

Sentir a recepção de quem lê aquilo que escrevemos é a única arma que os escritores têm a seu favor. Nunca ninguém saberá quais as reais intenções que foram ao papel. Para quem, quando e onde? A verdade? Mentira? Realmente aconteceu? Com ele, comigo, conosco? A imaginação vai muito além do que poderíamos nos permitir e, algumas vezes, sequer acreditamos naquilo que acabamos de compor. Mentimos fingindo a verdade, amamos platonicamente, acusamos omitindo, odiamos sem precisar, confessamos sem demonstrar, demonstramos sem confessar, fingimos sem nos preocupar, nos preocupamos sem motivo, brincamos com o que não conhecemos, expressamos sem emoção, emocionamos sem experiência, lutamos pelo que nunca ninguém acreditou, acreditamos em algo pelo qual nunca lutaremos. Cabe a você entender o que buscamos declarar. Esse parágrafo é apenas mais um esdrúxulo exemplo do que estou afirmando.

Lembro-me que ainda preciso terminar essa página. Aumento o volume do som enquanto meu querido cão malhado lança com cuidado sua pata sobre meu braço esquerdo. Olha-me com um ar de amargura, se expressa, chantageia e deseja atenção. Paro um segundo para lhe direcionar um pouco de afeto. E mais uma vez uma descrição idiota como essa, rende-me mais algumas linhas.

Podemos ser muito espertos, mas completamente estúpidos. Egocentrismo é tudo e nada ao mesmo tempo. No final, apenas você poderá saber o que realmente almeja alcançar. Tenha bom senso. Tenha senso do ridículo. Ria de si mesmo. Ria dos outros. Mostre ao mundo que ninguém é melhor do que você, mesmo tendo a certeza que você não vale mais do que o cheiro da merda que seu vizinho acabou de pisar.