sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A indescritível beleza de cada manhã

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Longos, lisos e brilhantes cabelos morenos. Um sorriso lindo e inocente de uma contente criança. A pérola negra de um olhar tocante e inesquecível. A suave voz anunciado o bom dia que acorda e excita meu coração. Essa é a indescritível beleza de cada manhã.

Desde o primeiro momento em que a vi, percebi que algo havia mudado em mim. A sensação de querer ouvir, estar perto e agradar ao próximo sem ao menos mal conhecê-lo. O sol parece estar mais quente, o céu mais azul e as poucas horas até o almoço muito mais felizes. Algumas vezes mal conversamos e apenas o fato de poder de longe enxergá-la já fazem meus dias valerem a pena.

Ainda não recuperei a coragem para tentar uma desejada aproximação ou para sonhar com um futuro inesquecível ao seu lado. O mundo precisa continuar girando do mesmo modo que precisamos deixar as coisas acontecerem por si só. Tentarei me esforçar para que o sol volte um dia a brilhar. E ao nascer de cada novo dia continuarei a apreciar a indescritível beleza de cada manhã.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Aquilo por que vivi

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Em toda a minha vida foquei meus objetivos em três opções fundamentais que formaram a minha essência como pessoa desde o momento no qual comecei a formular minhas próprias idéias e a julgar as influências do mundo como um processo de aprendizagem: a diversidade musical e busca pelo conhecimento dentro da cultura rock em geral, a diversão acima de tudo e, nos últimos momentos até então, a procura pela perfeição do amor. Interesses, pesquisas, experimentações, humor, arrependimentos e relações transformaram minha personalidade e moldaram a carcaça do ser que guia minha calorosa alma.

Por volta dos doze anos, um disco que ganharia de aniversário seria uma porta de entrada para a fascinação que o rock and roll teria sobre mim, para um mundo que não mais abandonaria. A busca por novas bandas, discos e estilos. A crítica, conhecimento, curiosidades e filosofia. A primeira guitarra, a primeira banda, a primeira música escrita. A interação com os sons que nem todos sentem, ou conseguem atingir.

Divertindo-me e aproveitando cada momento, vivi o meu segundo objetivo de vida. Conquistar a alegria e viver sem ter medo de arrependimentos, sem deixar de fazer o que me desse vontade e principalmente sem esquecer de experimentar e realizar tudo que a juventude me permite. A possibilidade de sentir a saudade do passado e não me lamentar por vazios deixados para trás.

Em diversas relações, senti e compactuei com diversas formas de amor e de paixão, que por mais desejadas, românticas e belas que fossem, me deixaram apreciar e sentir o sabor da felicidade, mas não saciaram a minha fome pelas emoções perfeitas. O sabor do primeiro beijo, o carinho do primeiro amor e a tristeza da primeira perda não me mostraram a sua verdadeira forma.

Fica cada vez mais difícil encontrar aqueles que possuem a chance de me completar, mas o ponto final ainda não foi traçado e perseguir os verdadeiros sonhos talvez se torne um bom caminho a seguir.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

No Degrau Que a Vida Passa

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Estávamos lá sentados. Bebendo por sinal. Jogando conversa mole e falando sobres mulheres. O nosso lado mais humano estava presente ali, éramos pessoas bem simples e nos contentávamos com pouco. Todo dia ele marcava no mesmo lugar quando enfim havia me revelado o motivo por ser sempre o mesmo. Mulher.


Tinha ele desabafado comigo, e sentia-me honrado com isso. Eu não era a pessoa ideal para recorrer a esses assuntos. Eu tinha corrido rápido demais para o tempo me acompanhar. Mas ele obviamente era diferente de mim e tinha suas diversas qualidades. Arrisquei algumas idéias. Dei a ele uma motivação e lhe expliquei que não havia mal algum. Mas uma hora a garota precisaria saber. Então as conversas fluíram, e eu gostava delas. Sempre sentados no mesmo lugar ela passava e acenava para ele, que retribuía a ela com o mais singelo sorriso.


Realmente estava lá pra apreciar todo esse jogo, tinha talvez um papel a ser feito de repente. Ás vezes ele falava e, por um momento, não estava escutando. Lembrava de meus momentos e entrava profundamente em minha própria mente. Nossa! Tinha perdido algum tempo da minha vida amando á si próprio e esqueci de dar valor para algumas pessoas.

Foi então que em um dia como qualquer outro recebo uma notícia, dizia ele que havia dito a real para ela. Alguns se manifestaram não acreditando que ele realmente tinha dito. Tinha me surpreendido comigo mesmo quando que para mim eu sempre tinha pensado o oposto. Agora sentava sozinho na escada de novo, em outro bairro, em outra rua.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Para termos a sorte

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Precisa-se sorte para nascer em uma boa família rica, para termos a sorte de conseguir estudar em uma escola renomada e com o ensino adequado, para termos a sorte de prestar e concorrer a uma vaga em uma excelente universidade pública ou privada na qual sua família tenha condições de mantê-lo, para termos a sorte de disputar uma vaga em um ótimo emprego e, finalmente, assim termos a sorte de conseguir alcançar uma boa qualidade de vida.

O mundo, por aqui, infelizmente funciona assim. Fora desse meio, somente os mais esforçados e altamente capazes são aptos a se auto-sacarificarem em busca de uma mínima chance para atingir a longínqua e árdua estrada do sucesso e prosperar.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vida de Lata (Segunda Mão)

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A vida é uma comédia. E de repente todos eram grandes comediantes. Pare e repare. As pessoas são realmente engraçadas. Elas são totalmente alienadas a um sistema, um banco de informações falso que foram colocadas em suas cabeças por programas televisivos e revistas com o mais belo conteúdo.

Alguns acham que são auto-suficientes de julgarem alguma coisa, e ainda insistem somente no que vê. Mas eu não perco o prazer de me satisfazer com tamanha ignorância alheia. Pobre a história do garoto que nasceu sem talento, mas de repente se via em vantagem no meio de muitos. Podia ele enxergar a fraqueza do seres humanos.

Mas sabia ele que nem todos nascem iguais, e que muitos levariam talvez uma vida inteira para aprenderem que não são somente os olhos que fazem uma pessoa. Confesso ter rodado alguns lugares, uns interessantes , outros um pouco estranhos. Conversei com pessoas sensatas e com alguns loucos (ou talvez o louco devesse ser eu). Já ouvi milhões de historinhas furadas e conversas sem sentido.

E de repente tinha sido alvo novamente. Mostraram uma foto minha e a pessoa simplesmente ouvi “é que ele tem cara de ser legal”. Não sabia que isso era um defeito e muito menos sabia que existia uma pessoa de tão pouca idade que fosse analista de personalidade via fotografia. As pessoas realmente são engraçadas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A verdade por trás da máscara

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Bebemos o álcool, bebemos as pessoas, bebemos a vida. Maquiando e desenvolvendo o que acontece ao nosso redor. E por mais casual e repetitivo que tudo pareça, a ressaca nunca é a mesma.

Ressaca de álcool, ressaca de pessoas, ressaca da vida. O incrível mal causado pelo contínuo exagero. A verdade por trás da máscara nunca é revelada.

Dores de cabeça, dores no coração, dores da vida. A horrível agonia cercando a sociedade que, mesmo atravessando o limbo e o caos infinito, nunca deixa de lutar. Através dos olhos que não nos permitem ver, percebemos o quanto tudo isso é ótimo.

É ótimo beber, é ótimo conviver, é ótimo viver.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Venha Criança

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Não chore ó criança. A mão novamente agredia-lhe sem motivo algum. Pensara inúmeras vezes qual seria o mal que causará por apenas ser igual a todas as crianças.

Corra ó criança. Por enquanto não em busca de um sonho, mas sim em busca de sua inocente infância. Chegara a pensar em sorrir por um instante novamente, talvez seria um caminho de resistência da sua profunda e interna felicidade.

Não sinta ódio ó criança. Sua semente do mal não crescerá em sua terra fértil de amor e compaixão.

Não fique assusta minha pequena criança. Seu medo é a fortaleza da maldade, e a alegria de quem ri de costas para você.

Grite ó criança. E talvez sua voz ainda será ouvida por quem ainda insiste em tapar os ouvidos.