terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vida de lata (Primeira mão)

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Outra vez havia tentado uma sorte grande na chamada “balada”, e havia conseguido estabelecer uma incrível marca de mais um pé no rabo. Com uma extraordinária estatística de 9/10 pés no rabo em todas as “baladas”. Acho não devia persistir no erro, o talento me faltava nesses lugares. Nunca existiu. Faltava um pouco de empenho talvez. Tava só no bar bebendo uma dose de qualquer coisa, e chega ela toda louca, olha e balança toda se esfregando em mim, falo direto em seu ouvido e ela me menospreza. Mulher nesse lugar é tudo louca das idéias. Já não sou mais um cachorro que corre atrás da bola. Tenho certa pena dos tímidos, mas são os que mais admiro pois são as pessoas que mais se esforçam. Além de se esforçarem ao máximo para convencer uma pessoa que eles tanto desejam, muita vezes com uma sinceridade excessiva, ainda tem que se convencerem de si próprio que são capazes.

O último compromisso

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Finalmente! Meus serviços estão completos! Esta caneta e declaração fazem de minha pessoa um homem totalmente livre. Basta-me somente um pouco de coragem para realizar a última tarefa. Apenas um movimento. Uma ação e tudo ficará bem. A viagem final.

– Por que é tão difícil assim? Coragem homem! Uhr! Tudo irá melhorar agora.

Após um grito, veio abaixo. Um enorme estrondo quando seu corpo rebateu ao chão. O estalo da madeira conturbava o ambiente com impacto e violência. Agora, o sangue que manchava o assoalho, mostrava-lhe que era um ser humano completo. A caneta cravada no pescoço e a alma finalmente livre.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Em uma busca eterna pela felicidade

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Mais três, sete ou quinze anos correndo atrás de algo que ainda não sei o que é. Pergunto-me, uma vez ou outra, porque é tão difícil descobrir por onde começar? Por onde seguir? Para que tentar? Talvez seja essa a graça do mundo. A incógnita que cerca cada um de nós.

Minha criatividade não anda lá essas coisas. Tem sido difícil compor. As idéias surgem, mas o feeling não acompanha o meu raciocínio. O que aconteceu com o mundo? Não vejo a luz do sol a mais de duas semanas. Apenas chuva, frio e nuvens no céu. Não é de se estranhar que não temos vontade de fazer nada ou que a taxa de suicídio tenha aumentado 40% na última semana.

Como as pessoas podem passar horas conversando sobre coisas que não possuem a mínima importância? Preciso acabar com essa revolta. Talvez um emprego me ajudaria. Mas trabalhar em um lugar qualquer, com um chefe desnecessário, colegas inúteis, puxa-sacos que nunca sorriem, ao lado de preocupações sem sentido, tendo que cumprir a meta para justificar a política da empresa que de nenhum modo afetará simbolicamente a minha vida igual a ¾ do planeta fazem ou se preocupam em fazer e se matam para continuar fazendo, me mostram que há alguma coisa muito errada com o mundo ou ainda não me enquadrei nos termos corretos da sociedade.

Há dias em que tudo parece tão idiota. Vou começar a andar pela contra-mão. Talvez chegue em algum lugar ou em lugar nenhum, mas pelo menos vou concentrar minhas forças em algo que ralmente valha a pena. Em algo que me faça feliz. Naquilo que me dê o prazer de acordar e saber que não perdi meu tempo, esforço e saúde fingindo ser quem não sou em uma busca eterna pela felicidade.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Pensamento Solitário de um Ouvido

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Acordei. Abri os braços e emiti algum som bizarro que somente a manhã nos proporciona. O café não estava com nenhum gosto especial, mas não estava ruim. Nem muito bom muito menos ruim, normal. Comendo me programei sem pressa alguma para os afazeres do meu dia. O jornal sempre com diversos anúncios. O rádio anunciava uma bela manhã ensolarada. Britto Jr. anunciava uma matéria sobre cachorros (cachorros?). Meu pai anunciava em meus ouvidos, algumas que verbalmente outras um tanto que físicas, que deveria tomar banho, pentear o cabelo, fazer a barba, e outras coisas que quase sempre não escuto direito. Não o culpo, muito que pelo contrário, ele tem seus reais motivos.


Levanto-me já sabendo que vou gastar metade do meu dia cobrando. Cobranças, sempre cobranças. Dívidas, livros emprestados, uma cerveja no bar e alguns favores. Ah sim, e algumas promessas de emprego também. Depois de não obter sucesso em algumas (quase sempre em todas) desço e sento na escada do prédio. Tento bolar uma piada, algo realmente engraçado para me distrair, mas só vêm em minhas idéias humor negro e palavrões.


Distraiu-me quando passa um grupo de jovens, em torno de seus quinzes anos, debatendo entre si uma besteira sem fundamento, não sabiam nem o que diziam. Besteiras cotidianas de alguém que nunca teve prazer de deitar na merda e acordar coberto por ela. Que saco, realmente eu andava em conflito comigo mesmo. Então me ergui e fui comprar um livro no sebo, pois uma vez tinha ouvido por aí que as únicas pessoas que ganham à vida parado no mesmo lugar são os goleiros.

domingo, 21 de setembro de 2008

Lembram-se?


Apaixonar-se é o que torna o ser humano vivo e lhe dá forças para que ele continue livre a voar. É uma daquelas coisas que acontecem apenas uma vez em nossos relacionamentos antes de se apagarem e esquecermos de como o inicio havia sido tão bom.

Lembram-se quando nosso estômago revirava quando percebíamos a presença da pessoa amada se aproximando? Quando perdíamos o fôlego tentando encontrar as palavras certas para dizer um simples olá? Nas inúmeras vezes que o peito parecia explodir no momento em que recebíamos um elogio ou apreciação de quem tanto nos importava? A excelente noite de sono quando chegávamos em casa logo depois que finalmente havíamos dado o incrível e inesquecível primeiro beijo e era impossível dormir com tamanha felicidade e euforia? Quando não nos importávamos em deixar tudo para trás e correr para os braços de alguém na hora que sentíamos saudades? Por mais que tentávamos pensar, a sua imagem nunca saía de nossas mentes? Onde coisas simples pareciam ser as mais importantes e atividades sem graça como assistir filmes de romance, comer pipoca ou simplesmente ouvir música dentro do carro acabavam se tornando inesquecíveis? Vocês se lembram? Realmente se lembram?

São momentos que não deveriam nunca se apagar. Gostaria de me apaixonar de novo.

sábado, 20 de setembro de 2008

Tiraram meus pensamentos!

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Como o quarto parece estar mais escuro hoje. Somente a tela do computador ilumina o quarto que estou cansado de ver. A música toca suavemente e minha pessoa observa. Deitado em um colchão devidamente posicionado no chão suspiro, penso, reflito, amaldiçôo, xingo o mundo.

De repente um fábrica de idéias se torna uma de lamentações. Tinha trocado o combustível essencial da minha criatividade por corridas na manhã. Por um momento havia reparado que me faltava um empurrão para o abismo, mas o mais chato é que de repente ninguém estava lá para dar-me um chute nas costas para cair de vez. Nem meus inimigos me incomodavam mais.

Tinha chego ao fundo do poço, mas com os dois pés bati no fundo e ganhei á superfície, agora mais esperto, com vida. Estava vivo novamente. Deitado no chão ainda respirava e se queixava. Droga. Quanto tempo ainda vai durar essa recessão.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Feminina

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Tinha-lhe falado em suas orelhas durante seis longos meses. Havia lhe dito as mais belas palavras que dispunha de meu extenso vocabulário, às vezes muito romântico, outras um tanto que safadas. Mas era cativante a maneira como ela sorria, me esforçava ao máximo para fazê-la de qualquer maneira dar um sorriso que seja. Elogiava tudo nela, tudo que se podia imaginar e não poupava quaisquer esforços.

Ainda me recordo quando ela havia pisado em um punhado de terra, simplesmente havia lhe feito um poema para expressar tamanha perfeição que era sua silhueta. Não tinha salário que conseguisse sustentar tamanha apreciação por ela. Flores eram ofuscadas pela enorme beleza de seus olhos e seus ondulados cabelos faziam minha imaginação navegar em profundos delírios. Por mais perto que tivesse de sua pessoa parecia que nunca era perto o suficiente.

Ela dançava em torno da mais bela paisagem ou simplesmente a paisagem que dançava em torno dela. Caráter forte mas com a belíssima fragilidade feminina. Graciosa ao andar ela tinha as mais longas e bonitas pernas que qualquer pintor, por mais perfeccionista que ele fosse, jamais imaginaria pintar em suas obras. Não possuía somente a sorte de ter uma beleza admirável como também era lhe atribuída uma inteligência incomparável.

Para mim o seu melhor perfume era quando não usava perfume algum. Havia muitos dias que pensava que jamais iria encontrar tal mulher, tinha sido exigentes com o passar dos anos. Tão diferentes eram suas idéias, confusas e loucas para muitos, mas para mim tinha significado. Estava ela em minha vida não para ser compreendida mas sim para ser amada.

1x3x5... & 2x4x6...

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Um belo sorriso e um jeito meigo
Acordando solitário todos os dias
Celebrando com entusiasmo o amanhecer
Recordando o quão ruim é levantar-se sozinho
Sua linda voz alterava-se quando a preguiça lhe tomava conta
Os minutos pareciam demorar mais a passar
O caminho até a porta seguia-se sempre em harmonia
Tomando o café da manhã com a simples companhia da televisão
Com roupas velhas e baratas a sua aura cativava o ambiente
O gosto do chá continuava amargo
Fazendo suas tarefas com bastante felicidade
O açúcar não mais adoçava
Todos entravam para lhe contemplar
E no meio da estrada eu tentava esquecer
Enquanto você fingia não entender
Os bons momentos passados
Quando tentavam chamar a sua atenção
E os maus momentos vividos
O retorno pra casa aguardava uma nova surpresa a cada dia
Os dias costumam ser mais longos agora
Um prato de sopa ou um novo presente
Somente baladas contemplam os meus ouvidos
A água do banho fluia mais límpida em seu corpo
Está difícil esquentar as cobertas
Dormia fácil e era impossível esquecer o cheiro do corpo
Penso muito e demoro a pegar no sono
Ao amanhecer um lindo novo dia chegará
Não sonho mais

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O mundo nos espera

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Decepcionando-se é que se vai em frente. Palavras sábias de alguém que não é tão esperto assim. Muitas vezes penso que sou mais inteligente do que pareço e na maioria das vezes me mostro mais idiota do que deveria. Seria melhor parar para pensar antes de fazer algumas coisas. O instinto nem sempre te leva para o caminho certo.

Se quisermos vender bosta, então que sejamos os maiores vendedores de merda que o mundo já viu! Por que sempre impõem barreiras em tudo que queremos realizar? Será que a fé e o desejo não funcionam mais? Gostaria de acreditar que sim, mas para alguns a luz do fim do túnel nunca brilhará.

Não é sempre que as drogas funcionam e o álcool algumas vezes não é suficiente. Melhor escrever do que remediar. O mundo nos espera. Só precisamos criar coragem para atravessar o portão.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Compondo Histórias

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Enfim uma reflexão sentado em meio a tantas latas de cerveja. Livros abertos transmitiam para minha pessoa uma determinada segurança, como pode-se dizer, um certo conforto. Escrevia sobre tudo e todos, algumas verdades e outras nem tanto assim. Desenhava em minha mesa coisas sem muito sentido. Talvez sem sentido para os outros. Para mim significava idéias, crises, histórias, sentimentos, desabafos internos.

Cerveja tinha acabado, fui obrigado a apelar para uma dose de whisky. Na sala dava para escutar o maldito horário político, candidatos medíocres, torram minha mente. Depois de ter passado alguns minutos conversando com a tela do computador, com os cd’s, alguns lápis e o caderno, percebi que havia terminado mais um copo. Novamente mais um copo.

Pensamento tinha aos montes, voavam sobre minha cabeça como incômodos insetos em lâmpadas. Tinha cá um copo de whisky, livros, uma crise, nenhum amor. E eu ainda não conseguia terminar o blues.