quinta-feira, 28 de maio de 2009

Confinamento 1º parte

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Como a coluna dói... como os pés formigam... como a vida passa quando você tem todo o tempo para observa – lá. Isso mesmo, ao invés de estar gastando-a, ocupando-a, eu apenas ando só observando-a. É passageiro, disso tenho certeza. É que faz um determinado tempo que estou confinado aqui e desconheço a razão. Muitas vezes está tão claro que chaga a incomodar os olhos. Só que surgem determinados momentos que fica tão escuro e silencioso que imagino se lá fora alguém ainda lembra-se de mim. Já li e reli tudo que tinha aqui dentro. Eram livros, revistas, jornais, capas de cd’s, rótulo de garrafa, caixa de sapato, documentos velhos, caixa de papelão e até mesmo encarte de vinil.

O telefone ainda anda quieto demais. Pego ele, dá linha, não consigo discar. Quando toca, não posso atender. Uma obsessão e uma calma estavam tomando conta do lugar. Estávamos no mesmo ambiente eu, a jovem ansiedade, a velha angústia, a pequena destreza e a senhora esperança. Cansado de lidar com os lobos?! Alguém havia dito, colocando em pauta o assunto. A sacada do mundo moderno se encarrega de tomar conta da sua ironia. Quantas pessoas volúveis! – novamente falaram quando o momento era de silêncio. Então escrevi:

“Escrevo novamente por meio dessa para dizer como estou triste com sua atitude. Te pedi para olhar para minha cara e dizer o motivo de sua raiva sobre a minha rebeldia. Sabe velho amigo, meu impulso de parecer desrespeitar sempre sua opinião na verdade era de poupá-lo de certos importunos que cabia a minha pessoa resolver. Mas veja bem, somos amigos ou patrão e encarregado? – Desculpe a maneira de como lhe digo mas não havia outro jeito de falar. Muitas vezes tive que passar vergonha para dizer que tais palavras contras você era mentira, e a fama vinha novamente bater na minha porta. Mereci algumas confesso para você, só que infelizmente as maiores não tive sequer uma chance de me defender. O olhar de desconfiança já tomava conta do ambiente que tinha como uma segunda família, e ainda...”

Estourou a tinta da caneta...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Virtude de um cão

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Acordar em uma manhã completamente tomada pelo sol, vindo de uma noite mal dormida e ainda por cima com tal ressaca, somente para levar meu cachorro para passear não estava sendo um jeito agradável de começar meu domingo. Depois de lutar incansavelmente contra todas minhas vontades tive que levar meu cão para seu passeio, contrariado. Olhei para cara do meu cachorro e senti certo arrependimento de minha decisão há alguns minutos atrás. Ele, posso até dizer com certa afirmação, sabia que dependia da vontade de alguém em casa para ele ter seus 60 minutos de caminhada prazerosa no fim de semana. Não podia culpá-lo por nada, errado estava minha pessoa de confrontar sua pequena vontade.

Mukeka! Assim o chamo e por um instante ri de seu nome. Acho que ele não liga para esse nome. Cachorros em geral não devem ligar para seus respectivos nomes. Nenhuma nuvem no céu chamou minha atenção, o dia estava limpo, não estava propício para escrever uma critica sequer. Resolvi então deixar as mágoas um pouco de lado, havia sempre muitas a serem discutidas, mas as respostas de todas elas quando o culpado parece não ser você ainda se encontravam longe demais para serem esclarecidas. Ao longo de minha caminhada sentia-me bem, e meu cão entrou em uma certa sintonia com o meu bem-estar, estava feliz também. A nova fase onde tudo é viável só que a renda não corresponde às minhas vontades era outro fator que devia ser um pouco esquecido naqueles 60 minutos.

Passei por um muro que tinha a seguinte frase – “O mundo precisa de amor. Porra!” – O quê passa na cabeça de um sujeito desse, pensei. Ele simplesmente escreve uma singela frase com uma mensagem que mereça uma atenção, talvez, e acaba por fazer ela se torna um tanto que ridícula no final. Tantas novas gerações aparecem todos os dias que me deixa confuso classificar quem é quem, hoje não tenho idéia de quem senta ao meu lado. Não julgo mais porque aprendi a ouvir, e todos merecem essa chance.

Na rua com meu cão existiam dois tipos de pessoas, as que evitavam contato direto com ele, por isso preferiam atravessar a rua, e as que sorriam para ele. Senti uma ponta de inveja, era temido ou amado sem ao menos se comunicar, sem qualquer espécie de diálogo. Dei-lhe uma leve tapa no seu traseiro e fiz um carinho na sua cabeça sorrindo. Não era o cão e seu dono, e sim o cão e seu amigo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

The Masterplan


Havia decidido, antes mesmo de parar um minuto para pensar, que não faria mais nada para apressar o meu dia ou fazer dele apenas mais um outro no meio dessa longínqua semana. Tentei ser sincero comigo mesmo e percebi que nem com a minha própria pessoa tenho facilidade em mostrar o que realmente sou. O telefone tocou e decidi voltar ao mundo real. Troquei emails durante algum tempo, conheci novas pessoas e reparei que o sol tem um brilho diferente a cada novo dia. Quando me dei conta, já me encontrava em uma situação que não acontecia há um bom tempo.

O carro parado em frente ao seu prédio e um último suspiro de coragem para que a noite pudesse correr sem nenhum problema. Desci do automóvel e a vi saindo pela porta da frente. Ela estava linda e se vestia muito bem. Mulheres bem vestidas ganham muitos pontos ao olhar de um homem maduro, principalmente em um mundo onde, hoje em dia, a vulgaridade se tornou algo comum.  Com um leve cumprimento a elogiei pela sua grande beleza e a acompanhei até a porta do passageiro. Abri e a convidei a entrar.

A noite parecia perfeita e a conversa fluía melhor e mais agradável do que eu poderia imaginar. Fomos a um PUB esperar um pouco antes que o evento começasse. Os irmãos Gallaghers estavam na cidade e isso significava egocentrismo, baladas e rock and roll. Oasis é uma de minhas bandas favoritas e independentemente do que fosse acontecer durante aquela noite, algo de muito bom ainda teria de ser aproveitado.

Descobrindo um pouco mais sobre cada um de nós, não vimos o tempo passar e quando nos demos conta já estávamos atrasados para o show. Apressamos-nos e saímos pela porta do bar. Um grande temporal tomava conta da cidade. Chuva é algo comum quando o Oasis está por aqui. Toda vez que os odiosos ingleses tocam, o céu resolve desabar e espalhar suas mágoas por toda a metrópole.

Preparei-me para correr e ela, em um gesto singelo, não me deixou que buscasse o carro e a encontrasse na entrada do local para que não se molhasse. Abraçamos-nos, os e fomos passo a passo andando em direção ao estacionamento com o seu casaco perfumado estendido sobre nossas cabeças. É engraçado como podemos nos lembrar de algumas sensações sem que nos esforcemos para isso.

No caminho até o show, nos encontrávamos lado a lado e me impressionava muito o modo sincero e carinhoso como ela sorria. Quando percebi que a aglomeração de pessoas passava a ser cada vez maior, aproximei minhas mãos das dela e um as segurei com muito cuidado. Um gesto recíproco vindo de sua parte, deu-me coragem para prosseguir. Pouco a pouco fomos nos aproximando. Podia sentir a harmonia que se espalhava pelo local e a música já se infiltrava com todo o poder e exaltação em meu coração. Quando chegamos a pista, o show de luzes nos abraçava e nos convidava e ficar cada vez mais próximos. Os primeiros acordes de ‘The Masterplan’ começaram a soar. Virei-me em sua direção e a puxei delicadamente pelas mãos. Vagarosamente me aproximei de seu rosto. Podia sentir o calor de seu corpo e quando menos percebi, um caloroso beijo nos foi agraciado. Um momento simples e, ao mesmo tempo, mágico. A partir dali, não precisaríamos de mais nada para que tudo continuasse bem.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Lançamento do livro "Uma simples Carta"

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Após um bom tempo escrevendo por aqui, tenho a honra de convidar a todos para o lançamento de meu primeiro livro. Um romance autobigráfico chamado 'Uma Simples Carta' no dia 12/05 (terça- feira) às 2oh no Bar Restaurante Central das Artes. A entrada é franca.
Obrigado a todos e sejam bem vindos.

Central das Artes - Rua Apinagés, 1081 (próximo a MTV)  
Tel:3865-4165
12/05/2009 (terça-feira)
20:00 horas
Entrada Franca



Uma Simples Carta
Thiago Gacciona
Romace
124 páginas
Editora Biblioteca 24x7

Sinopse: O que faria um garoto estando pela primeira vez no exterior e acabasse se apaixonando por uma linda mulher casada e conseguisse a impossível chance de se envolver em uma viagem emocional sem precedentes?
Um jovem de vinte e dois anos busca incansavelmente uma chance para poder viver a maior experiência sentimental de sua vida. Ótimas passagens de humor, personagens cativantes e acontecimentos surpreendentes, te transportam a uma viagem fantástica e emocionante pela romântica Itália. 
Uma história real que retrata um país europeu de primeiro mundo pelos olhos de um garoto apaixonado.