sexta-feira, 27 de março de 2009

Frases


Seria ótimo poder controlar minhas emoções. Quando isso acontecer sei que o seu sorriso me levará ao fracasso total.”

“Tenho bastante curiosidade para saber o que, na verdade, os cães pensam.”

“Comecei a prestar mais atenção ao movimento nas ruas e percebi que não vale nem um pouco a pena perder tempo se preocupando.”

“Algumas vezes tenho um pouco de trabalho para conseguir sonhar.”

“Foi triste quando fiz aqueles que amava chorarem, mas foi ainda pior quando minhas lágrimas caíram por culpa de outra pessoa.”

“É muito triste lembrar que existem pessoas surdas pelo mundo.”

“Algumas experiências mudaram minhas visões sobre conceitos que eu havia formado e, dependendo de nosso estado, percebi que certas atitudes do mundo começam a fazer sentido.”

“Algumas vezes tento, mas mudar o mundo parece ser uma tarefa impossível.”

É engraçado que podemos ser íntimos sem que nunca tivéssemos trocado uma frase sequer e que podemos nos deixar levar por um desejo carnal que, como homens, não conseguimos controlar.”

Somente a ira distrai o medo dos desesperados.”

“As grandes tragédias mobilizam o povo e o povo se culpa pelas tragédias da sociedade.”

“É necessária uma grande batalha contra si mesmo para se dar conta da inútil realidade.”

“Tudo possui um significado diferente quando temos no que acreditar.”

“Muitas vezes penso que sou mais inteligente do que pareço e na maioria das vezes me mostro mais idiota do que deveria.”

“Esquecer, algumas vezes, é muito mais difícil do que tentar recordar aquilo que não lembramos mais.”

quinta-feira, 26 de março de 2009

Poeta sonhador

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Chegou ao topo do mundo e pôs-se a gritar, indignado com suas preocupações. Era seu único recado depois de tanto tempo em silêncio. Estava preocupando muitas pessoas à sua volta, estava agora ficando quieto e fugindo de seus compromissos. Estava cansado de tantos julgamentos? Estava conturbado porque errava demais? Deixava escapar aquilo que tinha que ser mantido guardado?

Preocupou-se em brincar com o eco, sobre a saudação de um vento vadio qualquer sentava e sorria por nada, por nenhum motivo, estava apenas sendo um pouco feliz consigo mesmo. Despediu-se do verão e cumprimentou calorosamente o outono, era um homem livre afinal. Uma pessoa simples, agradecendo todos por sua companhia e fazendo por merecer. Suas costas andavam doloridas mesmo assim conseguiu adormecer, sonhava com crianças ao seu redor, que brincavam e sorriam com ele. Era um sujeito que irá adotar uma criança quando estiver com uma renda estável.

Ficou estranho, diferente, acabaram ferindo-o demais. Levantou-se e tomou seu café, amargo e escuro, comeu seu pedaço de pão duro e se despediu. Estranhou si próprio quando sentou-se para escrever – “Que palavras tão perturbadas são essas que estou escrevendo?”

Passou a desenhar, e fazia muito bem isso. Aprofundou-se até terminá-lo por completo, não ficou muito satisfeito, faltava algo e gastou mais um pouco do seu tempo descobrindo o tal erro. Não descobriu, mas soltou um sorriso de satisfação. Ao sair na rua foi recebido pela chuva inesperadamente, olhou para cima e passou a mão sobre sua face, uma situação um tanto que agradável para ele. No jardim do poeta sonhador ainda continuava crescendo flores em todos os ramos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Coma induzido

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Faltava energia a mais de quatro horas. A chuva não desistia de cair. Um temporal imenso que não me possibilitava nem mesmo tentar a sorte pela rua afora.

Sem muitas opções, cansei-me de ficar sozinho no escuro lutando contra o tédio interminável. Desci até a garagem. Eu, um pequeno pinscher e um ótimo vira-lata que me esperava ao lado de fora. Tenho bastante curiosidade para saber o que na verdade os cães pensam.

Abri a porta e sentei-me no banco do motorista. Liguei o som. Os animais estavam frenéticos admirando um mundo novo e inacessível, intitulado automóvel, e eu, apenas buscando uma chance para me entreter.
Frases bem escritas tocavam meu coração ao mesmo tempo em que tentava, imaginava e buscava uma forma para dar vida aos meus sonhos.  Conseguia enxergá-la claramente, mas nunca ao meu lado. É impossível lutar quando não temos mais esperanças. Onde você estava enquanto podíamos chegar mais alto?

Gostaria que adentrassem minha alma uma única vez para que pudessem sentir, viver e sonhar tudo aquilo que tento, mas não encontro um meio de dizer, mostrar ou fazer com que percebam minhas verdadeiras intenções. Podemos ser heróis por apenas um dia. Mais uma vez escuto a sua voz. Seria ótimo poder controlar minhas emoções. Quando isso acontecer sei que o seu sorriso me levará ao fracasso total.

Desligo o som. Um remédio para mim, porfavor. Levanto-me e fecho lentamente a porta do carro. Meus companheiros me seguem incansavelmente. Olho para a lua somente uma única vez. Entro e me deito na cama. Acabo de me dar conta que já está na hora de acordar.

terça-feira, 17 de março de 2009

Primeiro passo da esperança

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Nada te leva à inferioridade com exceção da sua consciência. Abuso do dia para felicidade alheia, e busco nela talvez uma gratificação para minha alma. Da felicidade tiramos a esperança, e dela o maior dos motivos para alcançar nossos objetivos. Há algum tempo que ouço a tal da história que dinheiro traz felicidade, mas onde mesmo eu encontro a felicidade para comprar?

A ambição não nos torna uma pessoa ruim, talvez se não tivéssemos nos tornaríamos fracos por falta dela. Mas o mal vem a partir do egoísmo, quando achamos que o importante é sermos ricos, com poder financeiro e status de riqueza nas costas. Algumas dores do passado me fizeram ver as pessoas de uma maneira diferente, de um jeito mais atrativo. Acho que é aquela parte que você aprecia, mas sente receio em falar, isso é um erro que vem prejudicando nosso lado humano. Parece que hoje em dia tem pessoas com medo de elogiar e sentem receio de serem criticadas. Oh humanidade com seus medos e egoísmo, mas no meio delas existe sempre alguém para sorrir, mesmo que essa pessoa não tenha nada e ao mesmo tempo possa ter tudo.

Que mundo é esse que hoje recebemos um sorriso com desconfiança, achando sempre que são segundas intenções. Pode ser que eu faça da caligrafia de uma criança uma arte, daqueles rabiscos esforçados para uma geração de novos talentos. Das histórias dos idosos que enobrece meus ouvidos, passando para frente sua experiência única, uma vida. Assim deixo um sentimento, um gesto, um carinho ou mesmo uma palavra, mas estará sempre contigo a minha esperança.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Pergunte ao vento

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Encontrava-se sentado no muro bem no meio da noite. Contemplava algumas estrelas e o céu não possuía a tal poluição, já não me impedia de ver com clareza a lua. Uma lua tão feminina quanto à brisa da manhã. Eu apenas olhava, sem nada na cabeça. Meia hora antes estava no meio da maioria de meus amigos, rindo e bebendo, estava no ambiente que mais ficava satisfeito. Decidi tomar uma dose de reflexão e fui fumar um cigarro no muro, lá tinha visão privilegiada de uma pequena parte do bairro e a montanha por inteira. A cidade grande andava deixando minha cabeça cheia de pensamentos negativos. Eu estava desempregado e sem muitos planos futuros.

Algo precisava ser feito, mas não dispunha de muitas oportunidades oferecidas, ainda quando tinha não era bem do jeito que se esperava. Uma mão me puxava para as coisas boas, mas dois pés me chutavam para o lado ruim. Sempre terei forças para segurar a mão que me guia para o lado bom, sob qualquer circunstância jamais deixarei atropelar que acho correto e humano. Lutei por muitos e talvez obtivesse sucessos em alguns. Reclamo daquilo que não tenho e agradeço por aquilo que possuo.

Cansei da mesma conversa de que eu era feliz e não sabia, talvez eu diga isso pelo resto da minha vida. Estava preste a fazer novas escolhas e desta vez não podia falhar, tudo dependia de mim mesmo e somente minha pessoa podia tomar as decisões corretas. Mais uma vez em conversa com o tempo, à qual já não possuía muito, fiz uma decisão correta. Desci do muro e voltei para a conversa, estava em mim novamente.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O primeiro e último encontro

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O sol escaldante me fazia desistir de todos os meus planos. Era um belo, mas ao mesmo tempo, ocioso dia. Alguns inimigos haviam dado as caras e me recordado que, dependendo da situação, o dia seguinte pode não mais chegar. Comecei a prestar mais atenção ao movimento nas ruas e percebi que não vale nem um pouco a pena perder tempo se preocupando.

Quando desci do ônibus, me dei conta que o ar estava diferente. Pesado e rarefeito. Talvez um reflexo de minha alma. Perdi alguns minutos olhando o céu e depois mais alguns outros observando as garotas que se exercitavam na academia em frente ao ponto. Não importa qual seja a situação, o instinto sempre prevalece.

Parei em um daqueles decadentes bares e perdi um bom tempo jogando conversa fora, mas a cerveja já não descia mais com o mesmo gosto. Tentava descobrir o que estava errado. Em um esforço sem igual, concentrei-me ao máximo para encontrar o problema. Foi uma tentativa inútil. Dei o último gole. Uma navalha parecia cortar minha garganta. Sábia que era tudo obra de minha mente, mas o sabor do sangue me despertou.

Corri e corri pela rua atrás de algo que nem sabia o que era. Feliz e atordoado pensando em como faria para sentir aquela sensação novamente. De repente visualizei um grande lampejo de luz e pude ver aquele rosto nitidamente. Era incrível. O mundo parecia melhor por um breve momento. O tempo parou por um segundo. Ouvi uma grande freada e vários gritos de desespero. Quando me virei, só pude ver o capô do carro se aproximando. O barulho do impacto foi muito maior que a dor que deveria ter sentido. Voei como um pássaro em queda livre. Rolei pelo chão por uma quinzena de metros e parei encostado na sarjeta como um bêbado em busca de um sono tranqüilo.

Agora podia sentir o verdadeiro gosto do sangue. Dessa vez não era tão saboroso assim. A garota desceu do carro em um desespero sem igual. Chorava e, apesar do choro, conseguia manter a sua incompreensível beleza. Não podia acreditar no que meus olhos viam. Era única. Nunca havia visto nada assim tão lindo. Ela me abraçou olhando para o sangue que escorria em meu rosto. A adversidade da situação fez com aquele fosse o abraço mais sincero que já pude receber.

Sentia frio, mas estava feliz por poder estar junto dela ao menos uma vez. A dor, curiosamente, nunca chegou. Suas lágrimas pingavam em meu rosto. Agradeci pelo gesto. Sacrifiquei-me para pensar em algo bom a dizer, mas aquele não era mesmo um bom momento para ser tentar uma cantada. Os seus olhos brilharam mais uma vez. Aos poucos fui perdendo um a um os meus sentidos. Ouvir? A audição era apenas uma leve lembrança. Parei um minuto para pensar e desejei que tudo tivesse sido diferente. Queria tê-la conhecido em outra situação. Foi um enorme desperdício. Era extremamente difícil me mexer, mas consegui segurar suas pequenas mãos de fada. Aos poucos, fui fechando os olhos para nunca mais abri-los.