quinta-feira, 26 de março de 2009

Poeta sonhador

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Chegou ao topo do mundo e pôs-se a gritar, indignado com suas preocupações. Era seu único recado depois de tanto tempo em silêncio. Estava preocupando muitas pessoas à sua volta, estava agora ficando quieto e fugindo de seus compromissos. Estava cansado de tantos julgamentos? Estava conturbado porque errava demais? Deixava escapar aquilo que tinha que ser mantido guardado?

Preocupou-se em brincar com o eco, sobre a saudação de um vento vadio qualquer sentava e sorria por nada, por nenhum motivo, estava apenas sendo um pouco feliz consigo mesmo. Despediu-se do verão e cumprimentou calorosamente o outono, era um homem livre afinal. Uma pessoa simples, agradecendo todos por sua companhia e fazendo por merecer. Suas costas andavam doloridas mesmo assim conseguiu adormecer, sonhava com crianças ao seu redor, que brincavam e sorriam com ele. Era um sujeito que irá adotar uma criança quando estiver com uma renda estável.

Ficou estranho, diferente, acabaram ferindo-o demais. Levantou-se e tomou seu café, amargo e escuro, comeu seu pedaço de pão duro e se despediu. Estranhou si próprio quando sentou-se para escrever – “Que palavras tão perturbadas são essas que estou escrevendo?”

Passou a desenhar, e fazia muito bem isso. Aprofundou-se até terminá-lo por completo, não ficou muito satisfeito, faltava algo e gastou mais um pouco do seu tempo descobrindo o tal erro. Não descobriu, mas soltou um sorriso de satisfação. Ao sair na rua foi recebido pela chuva inesperadamente, olhou para cima e passou a mão sobre sua face, uma situação um tanto que agradável para ele. No jardim do poeta sonhador ainda continuava crescendo flores em todos os ramos.

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