sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O lado ruim do amor

.

Estava andando pela rua pronto para entrar no prédio quando me deparei com aquela triste cena. Ele, sozinho, sentado e chorando no pé da escada que dava para a entrada da rua. As lágrimas escorriam por todo o seu rosto. Completamente frágil e desolado ele dava sinais de que alguma desgraça estava prestes a acontecer.


Dei um último trago e joguei o cigarro fora. Abri o portão e pude ouvir o silêncio pela primeira vez. Fui me aproximando lentamente. Podia sentir sua dor em cada suspiro enquanto presenciava o lado ruim do amor. Com calma, sentei- me ao seu lado.


– O que te aflige, meu amigo?

– Ela disse que já não me ama mais. – E mais uma vez as lágrimas caíram.

– Tenha calma. Essa dor um dia irá passar. Você precisa ter paciência e viver sua própria vida. Viver por você. Ser feliz por você mesmo. O mundo é ótimo e você ainda nem se deu conta disso. Respire e esqueça tudo o que te aconteceu. Levante a cabeça. Enxugue essas lágrimas e abra um sorriso, que tudo irá melhorar. Mostre a todos que não precisa de ninguém para que consiga andar com as próprias pernas. É essa a graça de tudo. Força!


Tinham terminado há mais de dois anos e ele ainda não havia superado aquela incrível perda. Já ela, nem se lembrava mais qual era o seu verdadeiro nome e ele, repetia o dela todas as noites antes de adormecer. Grande ironia.


Enquanto ele enxugava suas lágrimas, uma linda garota de olhos verdes e vivos como a lua passou pela rua abrindo o sorriso mais belo e sincero em sua direção. Ela continuou a caminhar vagarosamente pela calçada, inaugurando um caminho de flores e alegria por toda a estrada em que seguia. Chamava tanta atenção que era difícil criar coragem para conseguir uma aproximação.


– Levante- se e vá falar com ela. – Precisava, de algum modo, mostrar a ele que ainda tínhamos chances de ser feliz.


Não disse mais nada. Tirei um lenço do bolso e o obriguei a enxugar o rosto. Solenemente o ergui do chão e lhe dei um empurrão até a rua. Dei um grito e acenei para aquela inesquecível garota.  Ela nos olhou intrigada e parou. Deu dois passos em nossa direção e meu inconsolável companheiro foi trocar um par de palavras com ela.


Hoje, os dois estão juntos há mais de cinco anos. Felizes e inseparáveis. O seu nome? Eu já não me lembro mais.

4 comentários:

Unknown disse...

Thiiiiiii!!! Adorei seu blog lindo!!! Saudade...bjinhus.

Larissa Costa disse...

O amor demonstra ser um sentimento tão fragil e ao mesmo tempo tão forte...
se um dia alguém o entender me avise... Procuro constantemente a resposta dessa pergunta...

Parabens mais uma vez o texto está sublime!

Até mais

Ana Lins disse...

Passar por aqui sempre me faz pensar na vida...

keep on writin' :)

arlindenor disse...

bom