domingo, 15 de agosto de 2010

Somente mais uma desculpa

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Seria muita hipocrisia dizer que não acabei tentando. Arrependido? Ainda não sei exatamente. Talvez um pouco. Talvez nem mesmo um pouco. Na pior das hipóteses, é um fardo a menos para carregar. Provavelmente foi o momento errado para tais sutilezas, mas tornou-me livre para alçar novos vôos e deixar de lado uma questão que incomodava há algum tempo.

Estava bastante seguro pensando em contornar a situação pelo caminho certo. Não tenho dúvidas que consegui deixar minha marca em seu coração, porém não da forma que eu realmente desejei. Posso confessar que, no final, fracassei. Desconfio dos verdadeiros motivos, mas nunca terei realmente certeza. Procurei insistir, no entanto, acredito, não demonstrei confiança suficiente para se abrirem comigo.

Passar por situações difíceis na vida nos faz aprender o valor de muitos gestos que jamais demos real importância. Problemas atraem cada vez mais problemas, por isso devemos acabar com todos, se possível, de uma única vez.

Deixar antigos amores de lado nunca foi uma tarefa fácil. Passamos por isso inúmeras vezes e, ainda assim, continuamos a amar, em alguns momentos, muito mais do que nas antigas relações. Gostaria de não ser indiferente, mas depois que as lembranças esquecem de nos atormentar, tudo que fica para trás deixa de fazer sentido. Incomoda-me apenas a frieza com que recordo casos que já foram extremamente relevantes em minha vida não possuírem mais nenhum valor sentimental nos dias de hoje. Ser volúvel e temperamental talvez seja uma das maiores fraquezas do ser humano.

O que aconteceu com o tempo? Até minhas últimas lembranças, costumava tê-lo de sobra. Preciso enriquecer o quanto antes ou encontrar uma fórmula fácil para enlouquecer. Os loucos não têm absolutamente nada com que se preocupar, mas, nós, os sãos, sempre temos motivos de sobra para ficar por ai, a toa, se lamentando. Por enquanto, despertar com o calor do sol já é um ótimo motivo para sorrir.

Escrever reflexões – como essa – já não passa de uma reles desculpa para manter o blog atualizado. Vou me esforçar para que na próxima postagem eu venha a compor um belo conto, recheado de histórias que valham a pena ser lidas. Devo aproveitar a deixa para desligar o som. John Lennon é melancólico demais para um final de domingo.


2 comentários:

Vivian disse...

Vc se engana ao pensar que apenas os belos contos são dignos de leitura. As pessoas passam por situações semelhantes no decorrer de suas vidas e partilhar certos sentimentos é de fato muito agradável.

Rícard Wagner Rizzi disse...

Os sãos não têm absolutamente nada com que se preocupar, mas, nós, os loucos, sempre temos motivos de sobra para ficar por ai, lamentando tudo aquilo que não temos. Não somos felizes por não termos o que gostaríamos, e não somos felizes com as coisas que temos. E mesmo que tivéssemos o que não temos e não tivéssemos o que temos, ainda assim... não seríamos felizes. Somos loucos.