sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sendo você sua própria companhia

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Esfreguei os olhos e olhei a rua. Eram 00h53 da madrugada e o cansaço aos poucos ganhava mais força. No alto do prédio tinha a visão privilegiada da rua, mas nada de interessante para ser visto. Era de estranhar-se com tal calmaria em uma avenida de grande movimento. Estava começando a gostar um pouco do momento. Música soava baixo, mas o suficiente para ouvir cada nota tocada.

O vento entrou pela janela e saudou todo o ambiente. Eu tinha a madrugada para mim. Lá embaixo tinha a rua vazia, silenciosa, atrativa e perigosa. Tinha lá um pequeno acumulo de água na parte malfeita da sarjeta e um ou dois gatos desconfiados vagando pela rua. Gatos. Pequenos malandros vagabundos e seus rabos a rondar pelas desertas ruas na madrugada. Sabem como viver. Um ano vai e o outro começa e para mim sempre a mesma coisa. Todo dia tenho que levantar-me e lavar o rosto, entrando ano ou saindo ano. Ganhei sorrisos aos montes e tristezas aos poucos.

No meio de tantas questões levantadas e somente algumas respondidas. 52 semanas de alegrias e decepções, de sucessos e fracassos. Por um momento peguei-me em um ato de curiosidade e olhei para prédio na frente. Um único cômodo permanecia acesso no meio de tantos apagados, e era ele um quarto. Quem será que se encontra a essa hora na madrugada de um pós-natal? E estará fazendo o quê? Perguntas, assim como tantas outras, que dificilmente serão respondidas.

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