quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Tal Final de Ano

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Com o fim do ano próximo e a falsidade rolando solta por aí, desejava novos horizontes, um ar diferente do que eu ando acostumado a respirar. Não sei se é uma opinião pessoal, mas alguns hão de concordar que o fim do ano as pessoas enlouquecem um pouco. Principalmente as que são reprimidas em seu cotidiano e exageram um pouco achando que “a hora é propícia”.

Enfim, peguei minha mala e minha velha barraca para viajar longe da grande metrópole. Acompanhado de alguns grandes amigos segui para uma ilha, onde a população, em sua grande maioria, se encontrava em um vilarejo de simples pescadores. Logo na balsa tive uma pequena impressão de conhecer alguns rostos de algum lugar qualquer. Fiquei só na impressão mesmo, para mim, naquele momento, não queria nenhuma ligação com a cidade.

Sendo assim o primeiro dia foi normal. Conhecendo os locais, conhecendo os nativos, regado a muita bebedeira e conversa. Minha boa fé estava em êxtase só que minha consciência negativa sussurrava, bem baixinho no meu ouvindo, dizendo que estava normal demais. Longe de ser um cara negativo, mas como posso dizer, eu tenho uma grande tendência para atrair louco. E meu instinto, quase, nunca erra.

Segundo dia, logo ao cair da noite, resolvemos pegar a balsa para aproveitar uma festa que acontecia na cidade próxima da ilha. Pisei em terra firme e dei de cara com um amontoado de gente. “Merda” foi o primeiro pensamento que tomou minha cabeça. Pessoas, tumulto, muvuca, povinho ou qualquer substantivo que possa explicar um grande aglomerado de pessoas. Mesmo que você fuja, eles sempre estarão atrás de você. Morro de medo de pessoas.Aproveitei a festa como um ser humano decente, sem maldade no coração e sem espaço para críticas (?!). Então havia chego ao fim, e sem nenhuma novidade eu já me encontrava embriagado. A pergunta que animou minha noite foi – “Você ta bêbado?

Einstein dava pulos no caixão invejando meu cabelo naquele momento, com o óculos torto a um ângulo de 45º graus e com um sorriso de meia boca tentava acender um cigarro molhado. Então lhe respondi com toda sobriedade: - “Não!”.

Arrotei e encostei no coqueiro. Nem deu tempo de acender o cigarro, o sono foi mais rápido.

2 comentários:

Angel disse...

rsrs... Adorei! Além de me identificar com a idéia (eis aqui alguém que odeia as convenções e exageros de fim de ano), achei divertido.

"Aproveitei a festa como um ser humano decente, sem maldade no coração e sem espaço para críticas (?!)."

Essa ai sou eu, muitas vezes.

Abraços, Paolo.

Unknown disse...

Cara, muito legal!!! Fez muito sentido!!!!!