segunda-feira, 21 de julho de 2008

Carta de baralho

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Você lembra? Lembra de quantas vezes fui honesto com você? Lembra de quantas vezes protegi você de injustas acusações sendo elas, às vezes, algumas verdades. E as lamentações fora de hora que era obrigado a ouvir quando eu era a última pessoa que deveria ouvir. Você só destruiu o que era seu, e não foi surpresa pra mim, você começou pelo fim. As noites de sono eram perturbadoras cada vez que você me confundia com suas idéias de diferentes intenções.

Lamento meu tempo perdido onde deixe magoados outros corações para ficar á disposição de sua falsa conversa. Ainda tentei ser um amigo, mas insistia em dizer que eu seria um companheiro único, que igual á mim era raro encontrar por aí. Agora sim, Tin Pan Alley fazia mais sentido para mim, quando a ouvia depois de um cansativo dia de trabalho. Meus pés falavam por mim, pois só eles são capazes de me levar a lugares onde você nem imagina.

O antes que se tornou agora não era o que eu realmente esperava, hoje sua história que podia ser contada como uma poesia é apenas uma lamentação de um amor vagabundo. Hoje você não faz parte dos assuntos interessantes em meio a roda de amigos, só faz parte de um discussão qualquer entre um copo e outro em um bar sujo qualquer entre milhares espalhados pelas ruas de São Paulo. Mesmo assim ainda não me refresca a memória sabendo que você é uma azarada em seus recentes relacionamentos, e ainda tem a coragem de me dizer que comigo você não passaria nem a metade dos problemas á qual hoje você enfrenta.

E agora? Desespera-se dizendo que é infeliz. Não me comove o pranto de quem é ruim. Quem sabe essa mágoa passando você venha se redimir. O diferente se tornou igual novamente, mas desta vez com mudanças. Esse estranho baralho da vida ainda me faltará uma carta.


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